<i>Scotland Yard</i> ordenou prisões em massa
Uma circular emitida pela Scotland Yard ordenou aos agentes a prisão preventiva todas as pessoas que pudessem ter participado de qualquer forma nos tumultos registados na Grã-Bretanha há três semanas.
O documento revelado pelo jornal The Guardian (22.08) recomendou igualmente aos tribunais que recusassem a libertação sob caução dos indivíduos constituídos arguidos.
A circular estabeleceu ainda procedimentos expeditos para levar os casos a tribunal mesmo que não houvesse provas suficientes. Assim, justificando-se com a anormalidade da situação, a Scotland Yard deu ordens para que os processos fossem instruídos mediante um «exame mínimo, de modo a deduzir a acusação com base nas provas existentes e na esperança de que outras provas possam entretanto ser reunidas».
Segundo a mesma fonte, um grupo de advogados, que começou a examinar os processos, constatou que 62 por cento dos detidos permanece em prisão preventiva, contra uma taxa de dez por cento em condições normais para crimes mais graves, o que é considerado como resultado de uma política deliberada de prisões em massa.
Em grande parte, a justiça sumária, praticada durante e imediatamente após os motins, assentou no referido «exame mínimo» que, dispensando a necessidade da prova, permitiu às autoridades judiciais colocar atrás das grades um número elevadíssimo de pessoas.